terça-feira, 3 de novembro de 2015

Divagações de uma terça chuvosa

Hoje o despertador tocou às 6h, supostamente eu teria que obedecê-lo, me levantar, vestir a roupa de ginástica, o tênis e partir para o parque. Não se iludam, minha motivação para isso é mais afastar as dores nas costas que surgem pelos dias parados (e anos vividos) do que participar de alguma maratona. Se bem que, caso eu tenha vontade, também me inscrevo na maratona.

Voltando ao assunto, o despertador tocou, me bateu aquele mau humor dos dias em que preciso acordar com esse aparelho chato a me perturbar. Existe situação mais inconveniente do que alguém ou algo interrompendo seu sono, a dizer que é hora de partir para a vida real?!

Pois bem, como símbolo de uma pequena rebeldia matinal, continuei na cama. Logo detectei aquela melancolia que às vezes aparece nos dias de chuva, porque lá fora São Pedro se encarregava de molhar o asfalto. Fiquei um tempo por ali, observando-me, realizei que não conseguiria resolver meu estado de espírito ou a dor nas costas, então calquei os pés no chão e fui cuidar das tarefas do dia.

Às vezes a vida é um pouco inconveniente, não acham? Não estamos preparados para levantar, encarar os incontáveis afazeres do dia, e mesmo assim não há como evitar ou parar o tempo. Levante da cama e siga, essa é a única opção, pelo menos a minha. Lá fui eu.

Peguei a bike suja, porque não a usava há mais de 1 mês. Pedalei até o parque com aquelas gotas grossas a molhar meu moletom. Como eu suspeitava desde o princípio, correr entre as árvores, com o piso molhado, fez ressurgir em mim a vontade de começar de novo. A chuva traz melancolia, mas também renascimento.

Assim, voltei para tudo que aguardava ser solucionado.

Talvez o feriado também tenha contribuído para esse estado de ânimo. Primeiro que eu nunca vi, em toda a minha existência de 31 aninhos, um dia de finados com sol. Por favor, alguém me diga se em algum lugar desse meu Brasilllll apareceu um solzinho ontem? Por onde andei só circularam nuvens e gotas d'água.

Sem contar o trânsito para voltar para casa. Ôh papo chato de quem mora em São Paulo! A competição inacabável de quantas horas é possível desperdiçar dentro do carro a se fazer nada, na fila quilométrica de automóveis que se estendem na sua frente. Desanimador.

Ah, não vamos desanimar não, vai?! Vou mudar de assunto, pronto.

Gente, estou lendo um livro revolucionário, pelo menos para mim. Na verdade é o segundo dessa espécie "muda-a-cabeça-da-gente” que me deparo este ano. O primeiro foi um de física quântica, “O Ativista Quântico” de Amit Goswami, em outra oportunidade falarei dele. Vou me manter no atual.

O atual é “Um amor conquistado – O Mito do Amor Materno” de Elisabeth Badinter, uma filosofa francesa. Antes que pensam “que raios de livro é esse que a Beliza está lendo?”. Explico. A Elisabeth fez uma extensa pesquisa sobre os hábitos das mães durante longos séculos e de como a imagem da criança se alterou para a que temos hoje, o que, consequentemente, contribui para a mudança do significado da maternidade.

Vocês sabiam, por exemplo, que Santo Agostinho acreditava que a criança era o símbolo do pecado original, portanto, era uma representação do mal, que devia ser combatido com uma edução rígida e praticamente desprovida de amor?! 

Pois é minha gente, tantos conceitos novos nesse livro que me deixam até um pouco perdida sobre o que eu realmente sou ou o que a sociedade faz de mim, enquanto penso ser livre.

Ah, acho importante mencionar como soube dessa escritora/filosofa. Há algumas semanas comecei a participar de um fórum on line só com mulheres (comum.vc), não é sensacional?! Lá a mulherada solta o verbo à vontade, são “pra frente”, gente que questiona mesmo, não importa o quê, nem que seja a maternidade, a moda ou os relacionamentos.

Caso você se encaixe mais no perfil reacionária, nem ouse se aventurar por esse fórum, será um choque com tanta mulherada atrevida.

Aliás, como influência do livro, passei o fim de semana matutando sobre um texto para cá a respeito da maternidade. Ai eu já começo com aquelas ideias meio “doidas” que só eu tenho e nasce o medo de causar polêmica ou o pessoal não gostar.

Nesse mesmo instante me questiono: ué, eu escrevo para agradar ou para expandir esses pensamentos que circulam por mim?! Se eu fosse ser bem sincera, sincera mesmo, diria que agradar é algo que me seduz, e como. Mas voltando para a essência deste blog, me apego à segunda resposta. Seja ela qual for, preparem-se, em breve teremos textos sobre maternidade.

Agora, almoço e voltar ao trabalho, porque a vida não tá ganha não!

Beijossss!!! 

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