terça-feira, 29 de setembro de 2015

Mal – entendidos do amor

Dias desses estava viajando com alguns amigos e um deles chegou sem a namorada. A pergunta recorrente, até que todos fossem devidamente atualizados, era sobre o seu paradeiro.

O desenrolar dos fatos foi mais ou menos o seguinte: ele estava em um bar com um amigo, que lhe emprestou o cartão para pagar a conta e entrou na balada ao lado. Na sequência, o meu amigo foi encontrá-lo por 10 minutos para devolver o cartão (segundo a sua versão), nesse meio tempo o celular não funcionava, a namorada ligou e esbarrou na caixa-postal. Pronto, todos os fatos necessários para uma bela discussão estavam ali, à disposição para o iminente desentendimento.

No dia seguinte a namorada começou com aquelas pequenas implicâncias que só as mulheres são capazes de colocar em prática. Tudo que meu amigo falava era motivo para uma chatice sem precedente ser incluída na conversa.

Em um desses momentos, já no carro, prontos para irem nos encontrar na praia, a namorada simplesmente diz que não quer mais ir, abre a porta e sai. Meu amigo, cansado dos melodramas femininos, nada faz para impedi-la e segue viagem.

Resultado, eles passaram o fim de semana longe um do outro. Ele lá, falando dela a cada cinco minutos, e também mal das mulheres, quase como um analgésico para alívio da falta que ela fazia. E ela cá, certamente remoendo os acontecimentos com suas amigas, contando da briga e do último “absurdo” que o namorado havia aprontado, mas também sentindo muita falta dele e elucubrando sobre como ocupava as horas em que estavam separados.

Antes que os homens partam em defesa do seu gênero e as mulheres façam o mesmo, acalmem-se. Não existem culpados nem inocentes nesta história. Para mim, o que ela retrata é a nossa incapacidade em manter uma comunicação clara com nossos tão desejados parceiros de relacionamento, mesmo depois de termos frequentando boas escolas, lido bons livros e sendo bem articulados.

Ora, custava a namorada ter sido franca sobre a forma que se sentiu no momento em que descobriu que ele estava na balada, certamente ludibriada, porque a história inicial era que ficaria num bar e de repente não era mais isso.

Custava meu amigo ter explicado calmamente os acontecimentos e ao invés de manter-se inerte quando ela desceu do carro, gastar um pouco da sua sinceridade e confessar que o fim de semana não seria o mesmo sem ela, porque quando amamos desenvolvemos essa incrível capacidade de descobrir o mundo também através dos olhos do outro, os nossos não são mais suficientes para isso.

Nada disso foi feito e os dois permaneceram tristes em pontos diferentes do estado, sofrendo com seus corações apertados e egos inflados.

Enquanto isso, eu aqui intrigada com a percepção de que muitas vezes não passamos de crianças birrentas escondidas em corpos adultos. Continuamos desejando que nosso descontentamento seja satisfeito instantaneamente, com uma leitura de pensamento e que o mundo se ajuste aos nossos mais íntimos anseios num passe de mágica.

Talvez o meu casal de amigos tenha voltado ao seu confuso amor no momento em que escrevo este texto, mas as pequenas dores diárias pelos mal-entendidos que causam a si mesmos podem se prolongar e até mesmo destruir o belo sentimento que os une.

Ser franco com o outro nas questões do coração, revelar os sentimentos mais íntimos e os desejos genuínos, pode até significar fragilidade para alguns, mas é essencialmente fidelidade a sua verdade, a verdade que o amor imprime em nós.

Se não formos capazes de expor o que realmente somos ao outro, nunca saberemos se ele ama o que somos ou a ideia que faz de nós, a qual alimentamos diariamente pelos meandros da nossa existência.

Amar requer a coragem de ser sincero consigo mesmo e com o outro, e isso chega a ser para poucos. 

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Mil formas de amar

Se eu pudesse declararia o amor que sinto por você de mil formas, mas compreendo minha limitação, então me restrinjo aos 10 modos de dizer “eu te amo” que conheço desde criança, buscando expressar sua grandeza pela imensidão do Universo que eu nunca soube precisar o tamanho.

Ah, mas você....você me diz de tantos modos, que às vezes perco o jeito e o prumo com constantes e novas revelações de encantamento.

O amor que você me declara no beijo de “bom-dia”, quente e doce, que ainda guarda resquícios do amor de ontem.

O amor que vem no aroma do café que invade a casa nas manhãs frias e preguiçosas, acompanhado do pedaço daquela minha fruta preferida, que se tornou obrigatória desde que você impôs esse carinho.

O amor derramado na taça de vinho enquanto estamos rodeados pelas paredes amarelas e vapores do fogão, no mesmo instante em que paira pelo ar aquela música que você escolheu para me conquistar novamente.

O amor sentido em cada letra ao prolongar meu nome quando me chama, que de tanto amor é repetido por incontáveis pessoas, as quais reproduzem nesse gesto a beleza do sentimento que se multiplica.

O amor silencioso nos teus olhos ao compartilhar a cena que também passa pelos meus.

O amor que chega pela comemoração particular daquele gol anunciado pela televisão, dividindo comigo a alegria de ser campeão desde que você se convenceu que eu torço para o mesmo time que o seu, embora eu sequer saiba muito bem o que isso significa.

O amor da sua mão que procura a minha no escuro no cinema e do seu pé que esbarra no meu no fundo da cama, a me lembrar que você sempre está ali, ao meu lado.

O amor em se aconchegar junto a mim, como se no mundo não existisse lugar melhor a estar, e sem dúvida, não há.

Tanto amor que sequer cabe no peito, se expande, não se apruma, se engrandece na permanência da nossa intimidade e cumplicidade.

E eu aqui, na mesmice de repetir as três palavras ao declarar “eu te amo”, enquanto você me surpreende com suas mil formas de amar.

terça-feira, 15 de setembro de 2015

Um pouco dele em muitos de nós.

Ele abriu os olhos em um dia qualquer, comum, como qualquer outro e decidiu que a vida não poderia continuar naquela vulgaridade do cotidiano que tolhe a alma e apaga os sonhos. Levantou-se da cama com toda a coragem que sempre existiu no seu peito para tomar as decisões que há muito eram adiadas.

Decisões adiadas pelo medo da mudança, pela incerteza do futuro que paira no ar e, mais que tudo, pelo incômodo do sofrimento que causaria àqueles que ama.

Logo, lembrou-se que o medo, a incerteza e o sofrimento são tão inevitáveis quanto a própria respiração. Então, permaneceu firme, certo de que teria, mais uma vez, que enfrentar o mundo, agarrando-se a seus anseios, como sempre fez.

Engana-se quem pensa que é fácil ser feliz, a vida ensina que a inércia contumaz traz a infelicidade de bandeja, sem qualquer esforço. A felicidade, por outro lado, deve ser diariamente construída, sentida e vivida, para não nos escapar entre os dedos. Exige diária entrega e atenção às possibilidades que nos cercam.

Ele tem consciência dessa atitude que a vida impõe a quem quer ser o responsável pela própria história, deixando a cargo do destino o que foge ao ímpeto de qualquer vontade.

Assim, parte mais uma vez em busca do indefinido, com a mais pura e leve sensação de que os dias de tédio se foram. Sua constante procura por si mesmo garante a euforia que seu coração deseja. Essa busca, o percurso por si só, talvez seja a satisfação que procura, sobre o encontro, pouco sabe, sabe muito mais sobre o caminho.

Terá que enfrentar o mundo, como já fez tantas outras vezes, na certeza de a incompreensão de alguns reside no fato de que os donos de suas próprias verdades são incapazes de enxergar o coração do outro e de suportar as mudanças na vida. Mesmo assim, permanecer no eterno vazio dos dias sem sentido não lhe convence de que é mais fácil viver de um modo cômodo.

Ele está a se parir mais uma vez, como já fez tantas outras desde que saiu do ventre de sua mãe. Mal sabe que essa necessidade urgente de reviver está presente em muitos de todos nós, sendo que poucos conseguem identifica-la com tamanha precisão e acreditar que o desconhecido caminho dentro de nós mesmos precisa ser desbravado.

Compreende que a dor das decisões que não tomamos é maior do que daquelas que tomamos, porque nas primeiras permanece a angústia do futuro que não conhecemos, e na segunda a certeza de que o desconhecido se fez presente e preciso, de que percorremos os trajetos necessários para sermos o que somos.

Firme em todos os seus sentimentos, no meio do quarto, agarra o chão com os pés, sente o ar encher seus pulmões com a energia que move o mundo e parte.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Garota atrevida

Vem cá menina, preciso te alertar de uma coisa, este mundo é propriedade dos homens, estamos aqui para acompanhar suas ideias e não causar tumulto à sombra daqueles que iremos seguir. Seja discreta.

Garota já está grande, pode aprender a lavar a louça, fazer o arroz e cuidar da casa, enquanto seu irmão pula e brinca pela rua, afinal, é incumbência de nascimento feminino saber o tempo do cozimento do feijão.

Moça, você é muito abusada em espalhar a torto e a direito seus pensamentos sobre o mundo. Mulher educada, mesmo, sabe se comportar de boca fechada e ainda que sua opinião seja solicitada, responde sem polêmica, fica em cima do muro. Afinal, não podemos nos render aos prazeres das discussões sem sentido das quais surgem novas ideias.

Guria, não ouse sair com esse vestido pela rua, homens irão encarar seu conjunto de coxas como par de carnes, irão te devorar com olhares lascivos, ainda que você sequer note a presença deles, e a culpa será sempre sua por desfilar a beleza em trajes de mulher da vida.

Está louca em conversar com seus chefes sobre um aumento merecido ou aquela promoção para a qual tanto se empenhou?! Mulheres devem estudar muito, esforçar-se horrores, mas permanecer quietas, invisíveis, aguardando serem iluminadamente notadas, enquanto recebem remuneração inferior aos homens que ocupam o mesmo espaço, alguns deles dispersos e descomprometidos, que detêm as boas vistas com os superiores por pertencerem ao mesmo gênero.

Menina batalhou tanto por um bom casamento e agora, sem mais nem menos, decide arrumar as malas e passar alguns meses do outro lado do Atlântico, conseguiu a vaga naquele curso tão desejado. Um absurdo sem fim manter seus próprios sonhos vivos quando só é permitido sonhar a partir dos desejamos do seu homem. A aliança no anelar esquerdo autoriza apenas ao sexo masculino continuar trilhando seu caminho profissional, sua fiel esposa deve segui-lo aonde quer que ele vá, afinal, esse será seu destino a partir do “sim”.

Sim, sim, para vocês homens esse papo de feminismo, machismo, direitos iguais é tão chato quanto assistir a um desfile de moda. Mas cabe a nós engolir o jogo de futebol duas vezes por semana com o sorriso no rosto, encarando os 90 minutos penosamente desperdiçados como uma dadiva dos deuses.

Sim, sim, nós somos tão chatas quando pedimos encarecidamente para lavarem a louça, pois o sacrifício que vocês fazem diante de uma pia deve ser nosso prazer diário e sem complacências.

Sim, sim, amigas, vamos tomar nossa parcela de culpa, por continuar dizendo aos nossos filhos, irmãos e primos que macho que é macho não derrama lágrimas, então engole o choro menino e vai brincar logo de bola, antes que dê margem para a homossexualidade.

Preconceitos, pre-conceitos, pré e conceitos.


Mas menina, não se acanhe, vá em frente. Se for preciso, firme a voz para falar o que pensa, ainda que com o frio na barriga, diga, faça e aconteça. O mundo pertence a todos, torná-lo melhor depende sim de você, que experimenta na pele as diferenças que insistem em dizer que despareceram. Guarde contigo que mais vale ser lembrada pela "impertinência" de seguir seus anseios do que esquecida pela obediência cega às regras sem sentido, que nos deixam à mercê das determinações alheias.

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Somos de nenhum lugar e de todos

Quando eu era criança minhas tias me contavam que meus olhos verdes originavam-se da Holanda. Meu avô paterno era nordestino, lá do Ceará, rezava a lenda que o pai dele (ou será o avô?!) atravessou o Atlântico a caminho do novo mundo.

Depois que cresci disseram-me outra versão, não era Holanda, era Finlândia, o país que me passou esquecido ao lado da Noruega.

Minha avó paterna, muito bem, obrigada, com seus 91 anos (e se pudesse viveria outros 91), tem suas origens naquele povo nômade, que anda por tantos lugares que eu sequer me atrevo a dizer que pertencem a um só: ciganos. Tenho certeza que graças a esse sangue faço tanto as minhas malas que elas poderiam ficar arrumadas sempre.

Meu avô materno, uma das minhas expressões mais lindas de amor, era negro. Negro com os cabelos brancos desde os seus jovens 30 anos. A ele devo meus cachos e aqueles fios incolores dos quais já falei por aqui. Ele era de Minas Gerais, certamente sua família tem origem nos diversos quilombos que existiram para conferir um pouco de liberdade a um povo que foi trazido forçado, contrabandeado e escravizado nos navios negreiros.

A Dona Elza, minha avó materna, tem seus traços de índios bem fortes: pele morena, cabelos lisos e escuros. Ela também é lá das bandas de Minas Gerais (sô!), embora ela e meu avô tenham se cruzado nas terras vermelhas do norte do Paraná, na época das oportunidades de trabalho por conta da economia que o café ditava.

Além dos índios, essa minha avó tem resquícios dos lados de Camões. Sua avó, que viveu até 103 anos, atravessou o mar num navio, casou-se, teve muitos filhos, netos, bisnetos, eu a conheci, ainda bem pequena.

E depois de toda essa árvore genealógica, vocês me entendem quando alguém me pergunta qual é a minha descendência eu resumo em índios, negros e europeus. A mais pura brasileira.

Mas em um cenário mundial que continua abalado por misérias, guerras e injustiças, eu me questiono: o que seria de mim se este país em que tudo dá não tivesse acolhido essas pessoas que juntas me trouxeram a vida? O que seria deste país se essas pessoas não tivessem se aventurado na busca de condições melhores, na falta de opção em voltar para casa?

Sim, porque ninguém sai da sua terra natal, ninguém muda de onde nasceu, caso não seja forçado a isso por qualquer circunstância, principalmente quando falamos em necessidades primordiais, como comer e andar pelas ruas sem que uma bomba te atinja.

Neste mundo no qual nós inventamos os limites territoriais, rapidamente nos tornamos tão aficionados a eles que passamos a possuir o que é de todos, como se nunca tivesse existido outro dono que não fossemos nós mesmos. As fronteiras tornam-se mais importante do que os seres humanos.

Então, da próxima vez que olhar para um descendente de italiano, alemão ou espanhol, lembre-se que seus antepassados deixaram os tão desejamos países de primeiro mundo porque passavam fome por lá, sua cútis e olhos claros não foram suficientes a afastar essa condição.

Se esbarrar com aquele menino mulato, lembre-se que seus tataravôs negros foram raptados, com famílias vendidas em partes e passaram de homens livres a escravos sem ao menos saber por que, e mesmo assim, quantos sobreviveram.

Se cruzar com um haitiano, chinês ou boliviano pelas ruas de São Paulo, tenha em mente que tal como muitos de sua família fizeram no passado, eles tem o direito em buscar um destino melhor.

A questão é da Europa, é do Brasil, de todos os lugares.

Ninguém é de lugar nenhum e o mundo é de todos, nós criamos as fronteiras entre os países, assim como as limitações da nossa mente em não ver o outro como nós mesmos. Mais compaixão.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

A terapia

“O sofrimento é uma mola propulsora e um guia para o trabalho de transformação”. Sri Prem Baba

Procurei a terapia, como muita gente, depois de ter alcançado o fundo de um poço por conta de amores mal amados. Eu era bem jovem, 21 anos. Sempre ficava em cóleras se minhas tristezas e angústias originavam-se da idade, das paixões errantes ou da minha essência demasiadamente inconformada.

Em determinado momento a razão de tantos prantos e olhares evasivos perdeu a importância, o que interessava era descobrir como sair daquele beco e sozinha eu sabia que não conseguiria.

Uma amiga comentou sobre uma terapeuta, com toda a incerteza que residia em meu peito, peguei o telefone, marquei o horário, me informei do ônibus que passava perto e fui. 

Não pedi opinião ou sequer compartilhei a decisão com uma alma. A razão era simples, caso eu abortasse a missão, não deveria satisfação a ninguém, ficar pelo caminho seria uma desistência solitária, sem expectadores a julgar-me.

Tempo e dinheiro eram materiais escassos na rotina dividida entre o estágio, denominação pleonástica para o couro que me arrancavam com ares de favor, e a faculdade, que se estendia até às onze da noite. Mas nunca me faltou aquele sentimento que move o mundo em situações de abstinência: a coragem.

Sim, porque para fazer terapia é preciso muita coragem, deparar-se com quem realmente somos, a responsabilidade única e exclusiva pelas atitudes que nos levam aos lugares em que nunca desejamos estar é duro, chega a ser cruel.

Por isso compreendo relatos de pessoas que começam o tratamento e simplesmente o abandonam, ao encararem a constatação de que somos os ditadores de incontáveis desprazeres.

E para mim, um bom terapeuta é assim, ele retira uma a uma as camadas que você se sobrepõe e de repente você está lá, sem nenhuma proteção consigo mesmo, frente a frente com seus temores e com muito a resolver.

Mas não tenha pressa, não se afobe. Cada um tem seu tempo para tomar suas dores, aconchega-las e seguir em frente. Nessas situações mais vale ir devagar e sempre do que rápido e desistir.

Talvez essa seja uma das grandes questões de quem procura um tratamento, a pressa. Quando há apertos que nos tiram o ar, ansiamos que os sentimentos dissolvam-se instantaneamente e que de uma hora para a outra o céu tome as cores dos finais de filmes românticos.

Não há mágica, há muito trabalho e uma disposição descomunal para mudar. Sim, mudar, aquela frase clichê, sabe?! Só quando a gente muda o mundo muda com a gente.

Eu mudei. Passei a curar minhas feridas, a me relacionar de outro modo com meus pais, a amar diferente, a cultivar amizades de outra forma e tantas outras mudanças.

Inúmeras vezes tive epifanias em relação à determinadas situações, a nítida sensação de estar exatamente no mesmo ambiente e surpreendentemente me deslocar, vislumbrar tudo sob outra perspectiva, resolver-me, liberar-me.

Tantos nós do peito foram desfeitos que não imagino como pude conviver com eles por qualquer tempo que fosse.

Hoje eu sei que as minhas tristezas existem, que as incertezas irão aparecer quando eu menos esperar, que não há resposta pronta, mas sinto-me confortável em encarar qualquer labirinto que se apresente.

Assimilei que o compromisso em ser plena cabe apenas e tão somente a mim, adquiri a capacidade de inserir os tons na vida que construo e não há aprendizado mais libertador e belo para qualquer caminho a se traçar.