terça-feira, 15 de setembro de 2015

Um pouco dele em muitos de nós.

Ele abriu os olhos em um dia qualquer, comum, como qualquer outro e decidiu que a vida não poderia continuar naquela vulgaridade do cotidiano que tolhe a alma e apaga os sonhos. Levantou-se da cama com toda a coragem que sempre existiu no seu peito para tomar as decisões que há muito eram adiadas.

Decisões adiadas pelo medo da mudança, pela incerteza do futuro que paira no ar e, mais que tudo, pelo incômodo do sofrimento que causaria àqueles que ama.

Logo, lembrou-se que o medo, a incerteza e o sofrimento são tão inevitáveis quanto a própria respiração. Então, permaneceu firme, certo de que teria, mais uma vez, que enfrentar o mundo, agarrando-se a seus anseios, como sempre fez.

Engana-se quem pensa que é fácil ser feliz, a vida ensina que a inércia contumaz traz a infelicidade de bandeja, sem qualquer esforço. A felicidade, por outro lado, deve ser diariamente construída, sentida e vivida, para não nos escapar entre os dedos. Exige diária entrega e atenção às possibilidades que nos cercam.

Ele tem consciência dessa atitude que a vida impõe a quem quer ser o responsável pela própria história, deixando a cargo do destino o que foge ao ímpeto de qualquer vontade.

Assim, parte mais uma vez em busca do indefinido, com a mais pura e leve sensação de que os dias de tédio se foram. Sua constante procura por si mesmo garante a euforia que seu coração deseja. Essa busca, o percurso por si só, talvez seja a satisfação que procura, sobre o encontro, pouco sabe, sabe muito mais sobre o caminho.

Terá que enfrentar o mundo, como já fez tantas outras vezes, na certeza de a incompreensão de alguns reside no fato de que os donos de suas próprias verdades são incapazes de enxergar o coração do outro e de suportar as mudanças na vida. Mesmo assim, permanecer no eterno vazio dos dias sem sentido não lhe convence de que é mais fácil viver de um modo cômodo.

Ele está a se parir mais uma vez, como já fez tantas outras desde que saiu do ventre de sua mãe. Mal sabe que essa necessidade urgente de reviver está presente em muitos de todos nós, sendo que poucos conseguem identifica-la com tamanha precisão e acreditar que o desconhecido caminho dentro de nós mesmos precisa ser desbravado.

Compreende que a dor das decisões que não tomamos é maior do que daquelas que tomamos, porque nas primeiras permanece a angústia do futuro que não conhecemos, e na segunda a certeza de que o desconhecido se fez presente e preciso, de que percorremos os trajetos necessários para sermos o que somos.

Firme em todos os seus sentimentos, no meio do quarto, agarra o chão com os pés, sente o ar encher seus pulmões com a energia que move o mundo e parte.

3 comentários:

  1. A decisão de romper com os laços que nos prende a uma situação cômoda e agradável aos olhos de outros, realmente é muito difícil. Precisamos ter certeza que seremos fortes para arcar com as consequências desse ato. Realmente precisamos de muita coragem. Admiro a pessoa que tem está certeza é essa ousadia. Muitos de nós temos as mesmas ansiedades, mas acovardado diante tantas incerteza perante o futuro. Aprecio a coragem dessas pessoas, o que eu posso dizer: Vá em frente, corre mesmos atrás dos sonhos. A vida é muito curta para preocuparmos com as consequências. Vá ser feliz. Vá.

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  2. Bem. ...... sou suspeito. ... Parabéns filha. .. vc sempre consegue ser melhor...bjs

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