terça-feira, 13 de outubro de 2015

Diário da última viagem

Passei alguns dias lá pelos lados no fim do mundo. Aquele pedacinho estreito de terra ao sul do mapa da América: Patagônia Chilena.  Mas naquela terra não há nada de pequeno e estreito. Tudo é grande, imenso, superlativo.

A começar pela natureza intocável da região, na qual fica minha sincera admiração pela capacidade do povo chileno em conviver de modo tão harmonioso com suas riquezas. Eu agradeço, os viajantes agradecem e a natureza retribui.

E que retribuição! Picos nevados que mais parecerem perfeitos desenhos dos mais belos sonhos. Lagos de um azul esverdeado que poucas tintas e pintores seriam capazes de reproduzir com tamanha vivacidade.

Animais soltos pela estrada, nos lembrando quem eram realmente os visitantes, nós, humanos que desejamos compartilhar um pouco das maravilhas que circundam o mundo.

Córregos translúcidos, que se não fosse o vento que congelava meus ossos, me entregaria a um banho para purificar a alma.

A neve que caia do céu tal como nas minhas brincadeiras infantis, como flocos de isopor a enfeitar os pinheiros. 

Precipícios e vales encantados pelas pedras, pelo verde, pela água que espelha o que há ao redor. Bosques com seus tons marrons das árvores debruçadas sobre o solo, a nos recordar que num momento estamos aqui e noutro não mais.

Geleiras que colocam medo e fazem nossos olhos ficarem extasiados pela sua força e magnitude.   
Campos dourados pelo sol que contrastam com o azul que se espalha pelo céu.

E lá no alto, as Torres Del Paine. Quando alcancei sua base, só soube definir como sendo os dedos de Deus. Sim, porque Sua grandiosidade é tão presente que se torna inquestionável. A força que empregou a natureza tira o fôlego de qualquer cético que ainda duvide da Sua existência. 

E a vida pede passagem pelos inúmeros andarilhos que deixam marcas de seus passos pelo barro e pela neve, a que nos indicar um novo caminho, um novo olhar, uma nova experiência.

Meu coração se expande, se engrandece. Gratidão. 

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